«Não há maior dádiva do que o amor de um gato»
(Charles Dickens)

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

ESTRELINHAS

IN MEMORIAM…
 
 

BECAS

“O Becas morreu hoje, durante a noite. De manhã fomos à clínica veterinária para o ver. Estava doente há vários dias e as mazelas antigas da sua coluna tornaram tudo mais difícil.
Estava deitado e parecia dormir. Mansamente, como viveu toda a sua vida.
Tinha 12 anos. Falava comigo e com a Isabel todos os dias. Dava-se com toda a gente e tinha uma habilidade especial para conquistar corações. Ninguém era capaz de resistir aos seus encantos, ao charme, à ternura e à meiguice.
Nasceu numa clínica para os lados dos Olivais, de um médico amigo. O parto foi difícil e ele chegou praticamente morto. Mas salvou-se. Foi a sua primeira luta, de tantas que travou para sobreviver durante estes doze anos.
Perdi um amigo dedicado. Vou ter saudades dele. Vou sentir a falta da sua companhia, das visitas que me fazia com assiduidade, do ar impassível com que me olhava à noite, quando apagava a última luz da sala, antes de deitar. Dos bons-dias efusivos e ternurentos com que me brindava todas as manhãs.
Fui hoje enterrá-lo no jardim da minha casa. E sobre a sua campa plantei uma oliveira pequenina. Dizem que agora têm de ser cremados. Parece que é a lei que manda. Mas esta lei não se vai aplicar ao Becas. Ele vai ficar ali, naquele canto do meu jardim, para me recordar estes 12 anos de uma amizade leal e desinteressada, à prova de fogo.
O Becas era um dos meus Siameses.”

Ainda hoje, passados quase cinco anos, ao ler estas curtas linhas escritas pelo Guilherme, meu marido, no dia em que o Becas morreu, os meus olhos ficam rasos de água e sinto um aperto no coração, uma saudade infinita.
O Becas era o meu siamês mais especial!

(Maio de 2009)

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